Existem atos simples na vida que com certeza não paramos para pensar. Mas äs vezes nos momentos de ócio da nossa vida, cada vez mais raro no nosso cotidiano, onde temos a sensação que um dia é pouco para tantos afazares, mas ainda bem que continuam existindo, estava na casa de uma amiga tricotando e fui a geladeira para pegar alguma coisa. Parei no meio do caminho e começo a refletir que esta atitude eu só tenho com uma pessoa da minha grande intimidade, quase uma irmã ou irmão, pois foi assim que aprendi. Nunca abrir a geladeira da casa de alguem se assim não for autorizado. Tem sede? Peça então com delicadeza e com a palavra mágica, “ por favor”, um copo de água e aguarde a dona da casa trazer para você.
Fiquei então pensando em quantas casas teria esta liberdade. Cheguei a conclusão que poucas, pouquissimas. A quantidade não está vinculada ao número de pessoas que fazem parte do seu circulo social, ou as casas que você frequenta, mas a história que você construiu com esta pessoa, o laço de amizade, o grau de intimidade.
Abrir a geladeira talvez venha do passado com o registro..não devemos bisbilhotar quão é farta a mesa do outro. Passa a sensação de invasão de privacidade. Enfim é uma regra de etiqueta. Sua origem não tenho conhecimento. Está intriseco na nossa cultura.
E como uma coisa puxa a outra, poderiamos tambem registrar sobre entrar no quatro e abrir o guarda-roupa, gavetas ou ir ao banheiro e abrir os armários. Enfim, se você está na casa de alguem, limite-se a conversar, papear e nunca abrir qualquer compartimento sem a permissão ou através de uma insistente indelicadeza sua.
Mais que entrar na casa de alguem o importante é saber sair, com elegância e a certeza que será convidado de novo.
Você concorda?
Luciana Corrêa by Vitrine Mulher